Despertar da Consciência

Está muito comum dizer que buscamos autoconhecimento. Tão comum que está a beira da banalização. Mas a maioria das pessoas que dizem que estão no processo de autoconhecimento, falam de algo que não praticam, pois a referência que possuem é de algo lindo, bonito e prazeroso.

Vamos à realidade?

O processo de autoconhecimento não tem nada de agradável, muito pelo contrário. É doloroso, sofrido e (em algumas situações) nos da uma sensação de derrota. O autoconhecimento nos mostra o quão longe ainda estamos de uma “purificação”. Nos coloca no nosso devido lugar, mostrando que não somos exatamente “a última coca-cola do deserto”.

Este processo expõe, de forma contundente, os nossos mais guardados defeitos e que necessitam de nossa atenção.

Com isto não são todas as pessoas que estão dispostas a isto. Raras são as pessoas interessadas em revirar o baú de nossas dificuldades procurando, efetivamente, resolver as pendências.

Mas eu tenho de concordar que os resultados são (sim) prazerosos. Quando nos deparamos com uma questão já resolvida, vemos nossas que reações são completamente diferentes de outros tempos. É muito bom ver isto. E quem nos vê com este resultado até acha que somos evoluídos e que somos fortes para muita coisa, sem fazer ideia do quanto foi sofrida esta conquista.

O mais interessante é que quando iniciamos neste processo é um caminho sem volta, porque enxergamos o que precisamos ser e ainda não somos (por responsabilidade inteiramente nossa). E aí ficamos envoltos neste processo durante o resto de nossas vidas. Sim, além de ser um caminho sem volta é um caminho sem fim. Sempre teremos algo para melhorar (ou questões/situações a resolver).

Existem inúmeras formas de iniciar e de dar prosseguimento neste processo. Há quem inicie com terapia, há quem inicie numa religião, há quem inicie com meditações (entre tantas outras formas). A continuidade pode acontecer com tudo isto ao mesmo tempo. O importante é se manter no processo, sempre buscando o que fazer em prol de si mesmo.

A busca se torna incessante. E cada vez vamos mais fundo.

Vamos nesta viagem? Faça suas malas, aperte o cinto… Tem um caminho longo para ser percorrido.

Este é um tema que sempre haverá muito o que falar. Então, de tempos em tempos, voltaremos nele, com outras nuances.

Qual a sua conexão?

Estamos imersos num grande mar de energias, oriundas das mais diversas fontes, dos mais diversos teores, das mais diversas qualidades.

Energias afins se atraem. Isto é um fato. Para comprovar isto basta avaliarmos a quem nos sentimos atraídos (para além do físico). Em muitas vezes nem sabemos o motivo, mas nos sentimos atraídos por esta ou aquela pessoa. O contrário também acontece, quando (sem nenhuma explicação plausível) não sentimos afinidade com determinadas pessoas. Traduzindo isto, nos sentimos atraídos ou não pelo padrão de energia que a pessoa emite.

Até aqui eu fiz referência a pessoas. Mas vai muito mais além do que isto.

Lugares também tem a sua energia. Existem lugares aos quais nos sentimos bem e existem lugares que nos sentimos mal. Conversas (ou assuntos) são energias que as pessoas emitem, então é comum não nos sentirmos bem com determinados assuntos. As vezes temos afinidade com alguém, mas em determinado momento esta pessoa inicia um assunto que nos é desagradável, passamos a repelir o assunto. Ou, se mesmo percebendo o desagrado, insistimos em receber esta energia, inicia-se um processo de proteção (inconsciente) para nos livrar daquilo (ou nos afastar do lugar, ou mudar o assunto). Este processo pode gerar reações físicas no corpo, como tonteiras, dores de cabeça, náuseas, diarréias. Não significa que todas as vezes que sentir um destes sintomas é porque estou em meio a uma energia que não tenho afinidade.

É possível estar num lugar onde não temos afinidade e, ainda assim, permanecermos íntegros? A resposta é: Sim! Podemos criar situações onde naturalmente repelimos aquilo que não nos faz bem sem criar nenhum transtorno. Mas se puder evitar, com certeza, é melhor.

Até agora estamos nos referindo a nossa afinidade com as energias que nos circundam. Mas podemos ir mais a fundo, que é o objetivo aqui.

É comum criarmos conexões com estas energias que nos circundam de forma que passamos a absorvê-las. Vira uma “retro-alimentação”, pois ao mesmo tempo em que eu crio energias de um determinado teor, consumo energias de igual teor.

Quer saber quais as energias costuma criar? É bem simples. Basta examinar quais são as reações que tomamos sem pensar. Quando alguma coisa acontece, reagimos no impulso, sem o raciocínio. Este é o nosso instinto. Avalie o teor de seus instintos e vai conseguir determinar o que você realmente atrai para si.

Obviamente isto é possível de ser mudado. Requer treino, como tudo na vida. Mágicas só acontecem em contos de fadas, na vida real é necessário treinar nossas reações. Inicialmente é tomar consiência do que realmente queremos para nossa vida. E a partir disto mudar nossas reações, mesmo que tardiamente, mesmo que de forma mecânica. Mas fazer algo diferente.

Se a nossa reação instintiva é sempre atacar quando somos ofendidos, é necessário realizar um esforço para transformar esta reação em algo mais positivo. Ao sermos atacados é só não revidar. Sei que isto não é uma tarefa fácil de ser feita, mas é possível. E é claro que nas primeiras vezes que isto acontecer ainda iremos revidar, mas assim que o nosso racional tomar o controle, iremos silenciar. A mudança pode ser lenta, mas é importante que seja feita.

Este foi apenas um exemplo, dentre tantos outros.

E existe um comportamento que não é tão contundente quanto a um revide de uma ofensa, mas é tão prejudicial quanto. E então, neste momento, convido a quem esteja lendo, a avaliar as suas conexões voluntárias. Estas conexões são realizadas sempre que fazemos uma afirmação. Exemplos:

  • Minha vida é muito difícil!
  • Nunca tenho dinheiro!
  • Pra mim nada é fácil!
  • Na minha vida tudo dá errado!
  • Sou pobre e não tenho condições para isto!
  • Tá tão bom que a qualquer momento vai acontecer alguma coisa ruim!
  • Nunca ganho nada!

Existem inúmeras afirmações. Mas estes são alguns exemplos.

Quando alguém diz algo assim, em que ela está conectando? Quando afirmo que minha vida é difícil, estou me conectando na dificuldade. O que vou atrair? Mais dificuldades! Quando afirmo que nada na minha vida dá certo, atraio todas as situações para atrapalhar minha vida. E assim por diante.

Ao passo que se eu silenciar estas afirmações já é um ganho enorme. Mas eu posso fazer mais. Eu posso conectar na boa energia. Toda situação que nos acontece tem um lado positivo. Por que não me ligar a este lado positivo? É a melhor forma de atrair a positividade. Ao invés de dizer que minha vida é muito difícil, posso dizer que sento feliz por estar conseguindo vencer as dificuldades.

Inicialmente o trabalho é modificar as frases que falamos. Depois passamos a treinar mudar os pensamentos que originam tais frases, porque podemos até não pronunciar mais as frases, mas ainda estamos criando a energia delas. Mas é assim, devagar, que vamos conseguindo nos modificar.

Quanto mais geramos energia boa, mais atraímos energia boa. Quanto mais energia positiva nós gerarmos, mais energias positivas iremos atrair.

A pergunta que deu início a este texto ainda é válida: “Qual a sua conexão?”.